sábado, 24 de dezembro de 2011

Burocracia? Challenge Accepted!


Olá galera, antes de tudo gostaria de me apresentar. Eu sou o Bruno, tenho 20 anos, estaria indo pro quarto ano de Medicina aqui na PUC-Campinas. Sou rioclarense, do interior de São Paulo; embora eu faça Medicina e seja apaixonado por pesquisa científica, também sou amante da quinta arte, o Teatro.
Whatever, eu fui aceito como bolsista neste ano para o programa Ciência Sem Fronteiras, que tem como objetivo levar jovens academicamente empenhados (aham hahaha) para fora do país, para promover intercâmbio cultural, linguístico e para trazermos tecnologias e know how para o Brasil (porque ninguém é bobo nem nada).
Para mim foi meio que uma peleja travada. Após correr na velocidade da luz para me adequar ao edital da minha faculdade dois dias antes do edital, estudar pro TOEFL loucamente e tirar exatamente a nota necessária (79/120 no TOEFL iBT), fui selecionado pra fazer meu intercâmbio de um ano na Universidade de Indianapolis, uma escola tradicional, privada e com excelência nos seus Undergrads, na cidade da Fórmula Indy (yeeeey :D).
Pensei que a dor de cabeça passava com o "matching" da universidade, mas ainda teve a etapa mais estressante de todas: o visto! Centenas de documentos, uma taxa que só paga no Citibank (que não tem no meu feudo uhul) e dezenas de outras coisas me tiraram o sossego nesses últimos dias. Mas o must foi o consulado pedir pra eu tirar uma foto minha pra por no sistema deles hahaha e ficarem estipulando como deveria ser essa foto: cabeça grande, fundo tá escuro, você tá sorrindo,... Caramba! Eu faço medicina, não fotografia; alguns com certeza tiveram facilidade nesta tarefa, mas confesso que gastei umas 3h brincando com o corel, paint e com o sistema de submissão da American Embassy.
O dia do visto foi legal, o consulado passou a gente na frente de todas as outras famílias que iriam tirar o visto de turista pra ir comer coxa de peru transgênico na Disneyuoud hahaha... Mas o mais legal foi ver uma mulher reclamando "mimimi esses jovens passando na nossa frente" e sendo retaliada pelo próprio marido/companheiro: "eles foram enviados pelo governo".
Aí caiu minha ficha. Enviado pelo governo... Cacete. Eu vou estudar com o dinheiro de milhões de brasileiros. O governo poderia comprar quase 8000 cestas básicas mas preferiu me mandar pra terra do Tio Sam pra adquirir conhecimento.
E é nessas horas que a responsabilidade bate, a vontade de fazer tudo dar certo vem a tona e o desejo de fazer esse investimento valer a pena aparece. Pretendo, muito, tirar a imagem de que brasileiro só sabe sambar, tomar caipirinha e torrar a buzanfa na praia. A gente é mais que isso, a gente tem potencial e pessoas brilhantes para fazermos nossa própria tecnologia.
O programa é temporário, mas sei que, até 2015 (data prevista para término dele), a gente vai ter profissionais capacitados pra liderar uma mudança tecnológica aqui. Eu pelo menos espero estar engajado nisto.
Enfim, são 3 da manhã, madrugada de Natal, e eu tô com a barriga cheia de pernil aqui desabafando com vocês. Mas a real é: só estou esperando meu passaporte chegar, não tenho noção que embarco daqui 20 dias e que só verei Brasil novamente em 2013; estou ansioso, estou apreensivo, não sei explicar que sentimento é esse.

Só sei de uma coisa. Se eu for ter alguma úlcera nervosa, que eu tenha aqui no Brasil porque o SUS paga, porque fazer carnê de endoscopia com a saúde americana não tá na minha lista de prioridades.

Boa noite, galera!

3 comentários:

  1. "comer coxa de peru transgênico na Disneyuoud"
    Eu ri!
    Muito bom o blog ;)

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  2. Até porque não sei sambar ou jogar futebol e não sou muito fã de praia! hahaha, apenas mais um, como tu, estudante de medicina (que pretende atrasar em um ano sua chegada ao 4º), apaixonado pelas artes!

    Parabéns pelo Blog! :)

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  3. Valeu gente! hahaha

    é bom saber que os escravos da Medicina não estarão forever alone lá o/ hahaha

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